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A Inteligência Artificial (IA) na música está transformando completamente o cenário musical. Mas será que ela é uma ferramenta para ajudar os artistas ou uma ameaça que pode mudar a forma como criamos, produzimos e consumimos música?

Eu sou Juan “O Mago” Viana, produtor musical há 20 anos, e neste artigo vou explicar como a IA impacta a produção musical, os direitos autorais, a criação artística e a conexão com o público.


O que é a IA na música


A Inteligência Artificial na música funciona como um “cérebro artificial”: aprende, se adapta e cria. Podemos comparar a IA a uma inteligência coletiva, capaz de processar informações de forma muito mais ampla que o cérebro humano.

Porém, é importante entender que a IA não pensa nem sente. Ela simula processos criativos, mas não possui cognição própria.


Diferenças entre o cérebro humano e a IA


O cérebro humano entende música a partir de emoções, experiências e contexto cultural. Ele consegue associar acordes a sentimentos e ritmos a memórias.

A IA, por outro lado, funciona de forma estatística e probabilística. Ela não sente nem compreende a música; apenas processa dados, reconhece padrões e gera resultados com base em cálculos matemáticos.


Como a IA cria música


O processo da IA na música é fascinante:

  1. Transformação do áudio em espectrograma: uma representação visual do som, como um raio-x da música.

  2. Divisão em tokens: blocos de informação que funcionam como um alfabeto sonoro.

  3. Processamento por transformers: análise de padrões de batida, harmonia, melodia e voz.

  4. Reconstrução do espectrograma e conversão em áudio: usando vocoders para gerar a faixa final.

Alguns modelos mais recentes utilizam um espaço latente para processar o espectrograma, mas o objetivo é sempre o mesmo: identificar padrões e transformá-los em música.

É importante ressaltar que a IA não copia samples prontos; ela cria algo novo a partir do que aprendeu. Além disso, pode gerar ideias para melodias, harmonias, letras e sonoridades, servindo como ferramenta de inspiração para artistas.


Por que a IA na música é importante para artistas e estúdios


A IA já está impactando diretamente o trabalho em estúdios de música e na produção musical:

  • Criação: composição de arranjos e vozes sintéticas.

  • Produção: mixagem, masterização, automações e separação de áudio.

  • Distribuição: recomendações em plataformas de streaming e análise de tendências.

Ela torna o processo mais rápido e competitivo, mas também exige atenção às questões éticas, econômicas e legais.


As problemáticas da IA na música


1. Explosão da produção musical com IA


Hoje, qualquer pessoa pode gerar uma faixa em segundos, sem conhecimento técnico em instrumentos ou produção. Segundo a Deezer (2025), 18% das músicas publicadas diariamente já são 100% geradas por IA.

Isso levanta um desafio: pessoas que não são artistas podem ocupar espaço e renda de quem vive de música, criando um cenário inédito na indústria.


2. Saturação do mercado musical


O catálogo de streaming já ultrapassa 100 milhões de faixas, e a IA acelera ainda mais esse crescimento. Para artistas humanos, o destaque não depende apenas da música, mas também da identidade artística, narrativa e conexão com o público.


3. Impacto econômico: quem perde e quem ganha?


A CISAC projeta que a indústria musical pode perder até €10 bilhões até 2028, com uma queda de 24% na renda dos criadores humanos. Por outro lado, o mercado de IA musical deve crescer de £3 bilhões para £64 bilhões no mesmo período, concentrando riqueza nas mãos das big techs que controlam os modelos de IA.


4. Direitos autorais e legalidade


Grandes gravadoras estão processando empresas de IA por treinarem modelos com catálogos protegidos sem autorização. Hoje, uma música gerada por IA não possui autoria legal, mas isso abre debate sobre quem deve receber royalties: usuário, plataforma ou autores originais.


5. Voz, identidade e integridade artística


A clonagem de voz com IA permite recriar a voz de qualquer artista, criando desafios éticos e legais. Faixas virais com vozes não autorizadas ferem direitos de imagem e podem prejudicar a identidade do artista. É fundamental que a indústria negocie licenciamento de catálogos e garanta compensação justa aos criadores.


Meu ponto de vista: regulamentação da IA na música


A IA é uma ferramenta poderosa, mas não pode operar sem regras. Big Techs não podem atuar acima da lei, e o Estado precisa regulamentar o uso da tecnologia na música para proteger artistas e a cultura.

Os direitos autorais já existem; precisamos apenas adaptá-los para este novo cenário. A autenticidade, emoção e narrativa humana ainda são insubstituíveis, e a IA deve ser vista como uma ferramenta que complementa a criatividade, não a substitui.

O futuro da música não é escolher entre humanos ou IA, mas integrar ambas. Artistas, estúdios e profissionais da música precisam estar atentos, participar das discussões e exigir responsabilidade, ética e justiça na implementação dessas tecnologias.

O valor da música reside na arte humana. A IA é um aliado, não um substituto.

 
 
 

Entrar em estúdio é um momento especial para qualquer artista. É quando a ideia que estava no violão, no caderno ou na mente começa a ganhar forma profissional.Mas, para muitos artistas independentes, esse processo vem acompanhado de ansiedade, dúvidas e até medo de gastar dinheiro sem ter o resultado esperado.

Se esse é o seu caso, calma: neste artigo você vai descobrir os pontos essenciais para se preparar antes de entrar em estúdio e garantir que sua gravação renda o melhor possível.


1. Defina seu objetivo musical


Antes de qualquer coisa, pergunte-se:

  • Quero lançar essa música como single?

  • Faz parte de um EP ou álbum?

  • Preciso apenas de uma demo para mostrar para outros músicos/produtores?

🎯 Ter clareza sobre o propósito da gravação ajuda a direcionar o processo e até a economizar tempo e dinheiro no estúdio.


2. Chegue com a música bem ensaiada

Muitos artistas acreditam que o estúdio é o lugar para “resolver tudo”, mas quanto mais preparado você chegar, mais fluido será o processo.

  • Ensaiar as vozes e instrumentos antes.

  • Ter a letra revisada e finalizada.

  • Saber o andamento (BPM) e o tom da música.

🔑 Isso evita retrabalho, cortes desnecessários e estresse na hora da gravação.


3. Traga referências sonoras

Quer que sua música soe como determinado estilo ou artista? Leve referências:

  • Playlists com músicas próximas ao que você imagina.

  • Exemplos de timbres de voz ou de instrumentos.

  • Inspirações para arranjo.

📌 Isso não significa copiar, mas dar ao produtor uma visão mais clara do que você tem em mente.


4. Confie no produtor (mas participe do processo)

O estúdio é um ambiente de colaboração. O produtor vai trazer ideias técnicas e criativas que podem elevar a sua música.👉 O segredo é equilíbrio: confie na experiência do estúdio, mas não deixe de expor sua visão artística.


5. Planeje seu orçamento e seu tempo

Uma gravação de qualidade leva tempo e envolve etapas: pré-produção, gravação, mixagem e masterização.💡 Ter um orçamento planejado e conversar com o estúdio sobre os pacotes disponíveis evita surpresas no caminho.


Gravar em estúdio não precisa ser um processo estressante. Com preparo, referências claras e parceria com o time técnico, você transforma suas ideias em música profissional e fortalece sua carreira.


🎶 Quer gravar sua próxima música com qualidade profissional e sem dor de cabeça?👉 No 39d Studios – A Casa!, ajudamos artistas a transformar suas ideias em lançamentos de impacto. Entre em contato e descubra como podemos gravar sua história.


 
 
 

Introdução


A produção musical é uma jornada longa e cheia de descobertas. Não se trata apenas de gravar músicas ou manipular sons. Um bom produtor precisa passar por várias etapas, desenvolver múltiplas habilidades e adquirir conhecimentos que vão desde a parte técnica até a compreensão emocional da música.

É necessário entender processos, saber como a música funciona estruturalmente e emocionalmente, dominar ferramentas de áudio, conhecer instrumentos, desenvolver o ouvido, aprender sobre estilos e tendências, além de se manter sempre estudando. Mas antes de pensar em dominar tudo isso, precisamos falar sobre o ponto de partida: o que é essencial para começar.


1. Equipamentos Básicos – O Setup Inicial


Para começar a produzir música, é fundamental ter um setup básico que funcione bem e ofereça qualidade. Não adianta ter talento ou boas ideias se os equipamentos não acompanham.


  1. O primeiro passo é ter um bom computador, com especificações que suportem os softwares de produção que você vai usar. Isso inclui memória RAM suficiente, bom processador e espaço de armazenamento. Um computador lento pode travar no meio de uma sessão ou não aguentar o uso de plugins, o que pode frustrar e atrasar o processo criativo.

  2. Outro item essencial é uma interface de áudio (placa de som externa). Ela é responsável por converter o som analógico (que vem dos instrumentos e microfones) em som digital, que pode ser processado pelo computador. Para começar, uma interface com uma entrada XLR para microfone e uma P10 para instrumento já permite fazer muita coisa.

  3. Você também vai precisar de um DAW (Digital Audio Workstation), que é o software onde tudo acontece. É nele que você grava, edita, arranja, mixa e finaliza suas músicas. Existem várias opções no mercado — como Ableton Live, Logic Pro, FL Studio, Reaper e Studio One — e todas são capazes de entregar resultados profissionais. O ideal é testar e escolher a que mais combina com seu jeito de trabalhar.

  4. Um microfone também é necessário. Para vozes e instrumentos acústicos, os microfones condensadores (como o Rode NT1-A) oferecem ótima qualidade. Já os dinâmicos (como o Shure SM58) são mais resistentes e funcionam bem para várias situações.

  5. Além disso, é importante ter um fone de ouvido de referência para monitorar as gravações com clareza e precisão, e se possível, monitores de referência, que são caixas de som desenvolvidas especialmente para ouvir os detalhes do áudio com fidelidade. Escolha bem, pois serão seus parceiros de escuta por muitas horas.


2. Fundamentos de Áudio – A Base Técnica


  • Antes de se aprofundar na produção, é essencial entender o básico do áudio. Coisas como o que é um dB (decibel), como o som se propaga, a diferença entre sinal analógico e digital, o que é uma frequência, e como funcionam os níveis de volume.


Também é importante conhecer as principais nomenclaturas técnicas, como sample rate, ganho, headroom, compressão, entre outros termos que vão aparecer no seu dia a dia de estúdio. Ter esse entendimento básico evita confusões e acelera o aprendizado nas etapas mais avançadas.


3. Fundamentos de Música – O Coração Criativo


  • Produzir música exige mais do que apenas lidar com equipamentos. É fundamental entender de teoria musical. Não precisa ser um especialista, mas conhecer a formação de acordes, a harmonia funcional, os intervalos, escalas e ritmo já te coloca em outro nível.


Saber ler partitura pode ser um diferencial, mas não é obrigatório. O mais importante é desenvolver o ouvido e a intuição musical.

Tocar algum instrumento ou saber cantar também ajuda muito. Isso não significa ser um instrumentista virtuoso, mas sim ter uma base prática para aplicar o que você aprende em teoria. Isso facilita muito na hora de criar arranjos, sugerir ideias para artistas, ou até mesmo compor trilhas e músicas autorais.


Conclusão


A produção musical é uma construção contínua. Os equipamentos são o primeiro passo — eles te colocam no jogo — mas o que realmente vai te transformar em um bom produtor é o estudo constante, a prática regular e a escuta ativa.

Estar sempre aprendendo, testando e ouvindo com atenção vai te fazer evoluir cada vez mais rápido. Leva tempo? Leva. Mas com dedicação e foco, você chega lá. E nós vamos juntos nessa jornada.

 
 
 
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